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Transexuais: o processo de aceitação do seu próprio "Eu"


Transexualidade não é uma "Modernise"

A transexualidade tem uma história complexa e fascinante, que remonta a muitas culturas e épocas diferentes. Embora a terminologia usada para descrever pessoas trans possa variar ao longo do tempo e das culturas, a existência de indivíduos cuja identidade de género não corresponde ao seu sexo atribuído no nascimento é um fenómeno que tem sido observado em muitas sociedades.

Por exemplo, nas culturas nativas americanas, as pessoas trans eram frequentemente valorizadas como curandeiros e líderes espirituais, enquanto em algumas culturas africanas, eram consideradas como portadoras de poderes mágicos. Na Europa medieval, havia relatos de mulheres que se disfarçavam de homens para lutar em guerras ou se envolver em profissões consideradas masculinas, como a medicina ou o comércio.

A transexualidade também tem sido retratada na arte e na literatura ao longo da história. Por exemplo, a peça de teatro "As You Like It" de Shakespeare apresenta uma personagem feminina que se disfarça de homem, enquanto o romance "Orlando" de Virginia Woolf conta a história de um jovem nobre que muda de género no decorrer da sua vida.

No entanto, a história da transexualidade também inclui muitos exemplos de opressão e marginalização. Por muitos anos, as pessoas trans foram consideradas desviantes e patológicas, e submetidas a tratamentos cruéis e invasivos destinados a corrigir a sua identidade de género. Ainda hoje, muitas pessoas trans enfrentam discriminação e violência em muitas partes do mundo, incluindo a negação de serviços básicos de saúde, educação e emprego.

Ser Transexual é ser Humano

Embora seja cada vez mais reconhecida e aceite pela sociedade, muitas vezes ainda é envolta em estigmas e preconceitos. Neste post, vamos discutir o que é a transexualidade, como ela se manifesta e as dificuldades enfrentadas pelas pessoas transexuais em Portugal. Mais importante do que tudo, abordaremos o processo de aceitação do seu próprio “Eu” da pessoa Transexual.

A transexualidade é um estado em que uma pessoa sente que o seu género não corresponde ao sexo que lhe foi atribuído ao nascer. Embora a transexualidade seja frequentemente associada à mudança de sexo, nem todas as pessoas transexuais optam por realizar uma transição física. Algumas pessoas transexuais preferem apenas mudar a sua aparência e comportamento para se sentirem mais confortáveis com o seu género.

A falta de compreensão da sociedade em relação à transexualidade pode ter um impacto negativo na saúde mental das pessoas transexuais. A discriminação e a falta de apoio podem levar a depressão, ansiedade e outros problemas de saúde mental. Por isso, é importante que a sociedade esteja mais informada e consciente das questões que afetam as pessoas transexuais.

Em Portugal, as pessoas transexuais enfrentam muitos desafios quando se trata de acesso a cuidados de saúde. Embora existam leis que protegem os seus direitos: como o direito à igualdade de tratamento e à proteção contra a discriminação, muitas vezes a sua aplicação é limitada na prática. Além disso, o acesso a cuidados de saúde especializados para a transição é limitado no nosso país.

Apesar desses desafios, as pessoas transexuais em Portugal têm feito progressos significativos nos últimos anos. A comunidade trans tem-se organizado para lutar pelos seus direitos e aumentar a visibilidade da transexualidade na sociedade.


Disforia ou não Disforia?

Já vimos que a transexualidade é um termo utilizado para descrever pessoas cujo género não corresponde ao sexo biológico atribuído no nascimento. A disforia de género, por outro lado, é a sensação de desconforto ou sofrimento causada pela incongruência entre o género sentido pela pessoa e o género atribuído à mesma no nascimento. A disforia de género é comum em pessoas transexuais, embora nem todas as pessoas trans experimentem disforia. A disforia de género pode manifestar-se de diferentes formas, incluindo desconforto com as características sexuais primárias e secundárias, insatisfação com o género atribuído, dificuldades em relacionamentos pessoais e sociais, e sentimentos de ansiedade, depressão ou solidão. É importante notar que a disforia de género não é uma patologia ou transtorno mental em si, mas pode levar a problemas de saúde mental se não for tratada adequadamente.

O tratamento da disforia de género geralmente envolve terapia hormonal e/ou psicológica, e em alguns casos, a cirurgia de reatribuição de género pode ser uma opção.

O desafio da aceitação

O processo de aceitação para pessoas trans pode ser longo e desafiador. É importante lembrar que cada pessoa é única e o processo de aceitação pode variar de pessoa para pessoa. No entanto, existem alguns passos comuns que muitas pessoas trans passam durante o seu processo de aceitação:

Reconhecer os sentimentos e pensamentos

O primeiro passo é reconhecer que os seus sentimentos e pensamentos em relação ao género não correspondem ao sexo atribuído ao nascer. Isso pode incluir sentimentos de desconforto com o seu corpo, confusão em relação à sua identidade de género ou uma sensação de não pertencer ao género atribuído ao nascer.

Pesquisar e aprender

Experimentar a expressão de género

Encontrar apoio

Considerar a transição física

Aceitar-se e amar-se a si mesm@


Sobre a Transição

A transição é um processo pessoal e único e pode incluir diferentes etapas e opções, dependendo da sua situação e objetivos individuais. Eis alguns:

Terapia de afirmação de género

A terapia de afirmação de género é uma etapa importante no processo de transição, pois ajuda a pessoa a entender melhor a sua identidade de género e a desenvolver um plano de transição personalizado.

Mudança de aparência e pronomes

Hormonoterapia

Cirurgia de reatribuição de género

A transição em Portugal

Em Portugal, a legislação relativa à transição de género está estabelecida na Lei n.º 7/2011, de 15 de março, que estabelece o procedimento de mudança de sexo e de nome próprio no registo civil.

De acordo com esta lei, qualquer pessoa que queira mudar o seu género no registo civil deve apresentar um requerimento ao Instituto dos Registos e Notariado (IRN), acompanhado de um relatório médico que ateste a sua disforia de género.

O requerimento deve incluir ainda uma declaração de consentimento informado, onde a pessoa atesta que foi informada das implicações da mudança de género e do processo de transição.

Após a apresentação do requerimento, o IRN tem um prazo de 30 dias para decidir sobre o pedido de mudança de género. Em caso de indeferimento, a pessoa pode recorrer judicialmente.

A lei portuguesa permite ainda que as pessoas trans possam alterar o seu nome próprio no registo civil, sem necessidade de mudança de género. Para tal, basta apresentar um requerimento ao IRN, acompanhado de uma declaração escrita e fundamentada que explique as razões da mudança de nome.


É importante lembrar que a legislação está em constante evolução e pode sofrer alterações ao longo do tempo. É fundamental estar informado e atualizado sobre as leis e direitos das pessoas trans em Portugal. As pessoas trans enfrentam frequentemente discriminação e desafios na sociedade, e é importante que sejam protegidas pelos seus direitos e pela lei.



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